27/08/2011

Estado laico não pode ter bancada religiosa, diz procuradora.


Num Estado laico todo poder emana da vontade do ser humano, e não da idéia que se tenha sobre a vontade dos deuses ou dos sacerdotes”, escreveu. “Se o poder emana do ser humano, o direito do Estado também dele emana e em seu nome há de ser exercido.


Estado Laico?
Simone Andréa Barcelos Coutinho, procuradora em Brasília do município de São Paulo, defende uma reforma no código eleitoral que impeça no Congresso Nacional a existência de representações religiosas, ainda que informais, como o lobby católico e a bancada evangélica.

Para ela, essas representações são incompatíveis com o Estado laico estabelecido pela Constituição brasileira. “O Poder Legislativo é um dos Poderes da União; se não for o Legislativo laico, como falar-se em Estado laico?”
Em artigo no site Consultor Jurídico, Simone escreveu que há duas formas de separação entre o Estado e as instituições religiosas, uma é total e outra é atenuada – e esta é o caso brasileiro.
“Num Estado laico todo poder emana da vontade do ser humano, e não da idéia que se tenha sobre a vontade dos deuses ou dos sacerdotes”, escreveu. “Se o poder emana do ser humano, o direito do Estado também dele emana e em seu nome há de ser exercido.”
Por isso, acrescentou, o interesse público “jamais poderá ser aferido segundo sentimentos ou idéias religiosas, ainda que se trate de religião da grande maioria da população.”
Argumentou que, assim, o que define um Estado verdadeiramente laico não são apenas a garantia da liberdade religiosa e a inexistência formal de relações entre esferas governamental e religiosa, mas também a vigência de normas que proíbam qualquer tipo de influência das crenças na atividade política e administrativa do país.
Nesse sentido, escreveu, partido que tenha em seu nome a palavra “cristão”, por exemplo, representa uma transgressão ao Estado laico. “Os partidos fornecem os candidatos aos cargos ao Legislativo e ao Executivo, que são poderes que devem ser exercidos com absoluta independência das religiões.”
Ela observou que a atual legislação não impede que a eleição de ativistas religiosos filiados a determinada crença, o que compromete “seriamente” a noção de Estado Laico. Até porque esses ativistas acabam tendo a campanha política financiada pelas igrejas.
A procuradora argumentou também que o Estado laico pressupõe “o pluralismo de idéia, a tolerância, o respeito à multiplicidade de consciência, de crenças, de convicções filosóficas, políticas e éticas”. O que, segundo Simone, é impossível de se obter quando há interferências religiosas no Estado, porque elas, por sua natureza, são redutoras e restritivas, ainda que sejam ditadas com o suposto objetivo do “bem comum”.
“Para aonde vai o direito ao Estado laico num cenário político recortado pelas religiões?”
Publicado originalmente no Grupo de Discussões VOZ DO BRASIL

26/08/2011

PT é o partido que se destaca na votação dos jornalistas que elegem os melhores parlamentares do Congresso


No Senado e na Câmara, PT é o partido que se destaca na votação dos jornalistas que elegem os melhores parlamentares do Congresso


Na Câmara, o deputado mais votado pelos jornalistas na primeira etapa do Prêmio Congresso em Foco 2011 pertence à oposição. É Chico Alencar (Psol-RJ). No Senado, o mais votado é formalmente da base governista, mas trata-se, na prática, de um senador independente, que só acompanha os votos do governo quando acha que isso seja o melhor e mais conveniente. Trata-se de Cristovam Buarque (PDT-DF). Distantes do governo, mais Chico que Cristovam, eles têm uma outra característica em comum: já foram do PT.

E é o antigo partido de Chico e de Cristovam o mais lembrado pelos jornalistas. Somados todos os votos dados na primeira etapa do prêmio pelos 267 jornalistas de 55 diferentes veículos que cobrem o Congresso Nacional, o PT foi o partido mais votado, tanto na Câmara como no Senado.

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Os deputados petistas receberam 265 dos 1.223 votos dados pelos jornalistas, 22% do total. Em segundo lugar, ficou o Psol, com 230 votos, 19% do total. O PDT teve 59 votos, ou 13%. E o PCdoB, 151 votos, ou 12%.

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Consideradas as citações, ou seja, quantos deputados de cada partido receberam votos, o PT também lidera. Receberam pelo menos um voto 44 deputados do partido, ou 24%. Em segundo lugar, ficaram os tucanos. Receberam votos 25 deputados do PSDB, ou 14%. No PMDB, foram 24 deputados, ou 13%. E no DEM e no PR, 12 citações, ou 7%.

Senadores

No Senado, os petistas receberam 239 votos,ou 26% do total. Em seguida, veio o PMDB, com 164 votos (18%). O PDT teve 158 votos, ou 17%. O DEM, 79 votos, ou 9%. E o PSDB, 71 votos, ou 8%.




Em termos de citações, foram lembrados mais senadores do PMDB que do PT. Receberam pelo menos um voto 15 senadores peemedebistas, 25% do total. Um senador a mais que os petistas: no PT, foram lembrados 14 senadores, 23% do total. É bom lembrar, porém, que isso representa toda a bancada do PT no Senado: os atuais 13 senadores, e mais a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O PMDB tem, no total, 21 senadores. Em seguida, vêm o PSDB, com 7 senadores citados, e o PTB, com 4.

Organização, dados e reportagem do Congresso em Foco

24/08/2011

Dilma lança Crescer, Programa Nacional de Microcrédito

A presidenta Dilma Rousseff participou, nesta quarta-feira (24/8), no Salão Nobre do Palácio do Planalto, da cerimônia de lançamento do Crescer, Programa Nacional de Microcrédito. Com o programa, o governo federal pretende expandir o microcrédito que terá novas condições de financiamento, que incluem taxas de juros menores e metas de empréstimos a serem atingidas pelos bancos públicos, mantendo a principal característica do programa: orientação do crédito ao cliente.
De acordo com informação do Ministério da Fazenda, o programa continua direcionado a empreendedores informais (Pessoas Físicas), empreendedores individuais (EI) e microempresas com faturamento de até R$ 120 mil anuais.
A principal mudança, ainda segundo a Fazenda, será a redução da taxa de juros, que cairá de até 60% ao ano para 8% ao ano. A Taxa de Abertura de Crédito (TAC) também sofreu redução, passando de 3% sobre o valor financiado para 1% sobre o valor do crédito.
Ao reduzir os juros do programa, o governo pretende melhorar a sustentabilidade das operações de crédito e, assim, aumentar a capacidade de produção dos microempreendedores, gerando mais emprego e renda.
O valor de cada operação de crédito, destinado a capital de giro ou investimento, pode chegar a R$ 15 mil, com prazo de pagamento pactuado entre as instituições financeiras e o tomador, de acordo com o tipo de empreendimento e uso do recurso.
Mais de 3,4 milhões de clientes deverão ser beneficiados com o Programa até o final de 2013. A carteira ativa poderá alcançar R$ 3 bilhões, divididos entre o Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia (Basa).
O governo vai equalizar até R$ 500 milhões por ano para garantir a redução dos juros e a orientação para o crédito. Os recursos da equalização serão pagos mensalmente pelo Tesouro Nacional, com base no número, valor e prazo das operações contratadas pelos bancos que optarem pela adesão ao programa.
Para que as operações comecem a ser contratadas, o governo vai promulgar Medida Provisória autorizando a União a conceder subvenção econômica.

23/08/2011

Emiliano José: A luta envolvendo a internet é política

por Emiliano José, na CartaCapital via Rede Castorphoto
Está em curso no Brasil uma clara luta política, envolvendo a internet. Que ninguém se engane: é uma luta política. Há a posição dos que acreditam, como eu e vários outros deputados e deputadas, como Paulo Teixeira, Luiza Erundina, Jean Willis, Manuela D´Avila, Paulo Pimenta e tantos outros, que primeiro é o caso de garantir a existência de um marco civil garantidor das liberdades, uma espécie de orientação básica do direito humano de acesso à internet, hoje um instrumento fundamental para o desenvolvimento da cidadania, da cultura, da educação e da própria participação política.
E a posição dos que se apressam a procurar mecanismos de criminalização dos usuários da rede, que hoje no Brasil, com todas as dificuldades de acesso, já chegam perto dos 70 milhões. Como pensar primeiro no crime face a essa multidão, e depois na liberdade de acesso? Só os conservadores, interessados em atender a evidentes interesses econômicos, podem pensar primeiro na criminalização e só então nos direitos democráticos dos usuários.
Creio que a internet, tenho dito isso com frequência, é uma espécie de marco civilizatório, que mudou a natureza da sociabilidade contemporânea, a relação entre as pessoas e os povos, mudou a própria política, impactou a própria noção de representação. Constitui um admirável mundo novo, a ser preservado sob um estatuto de liberdades, e não constrangido sob uma pletora de leis criminalizantes. Talvez seja o seu potencial revolucionário, a possibilidade que ela dá de articulação em rede, que provoque urticária nos conservadores. Talvez, não. Certamente.
Nos últimos dias, os defensores da criminalização navegam num cenário de representação terrorista, como se os últimos ataques de hackers a sites governamentais fossem uma absoluta novidade e como se uma legislação que criminalize usuários ou tente colocá-los sob o guante de um vigilantismo absoluto fosse segurança suficiente para a ação dos hackers. Os ataques aos sites governamentais não tiveram qualquer gravidade, foram coisas de amadores, como já se provou. E curioso é que só tenham sido atacados sites do governo. Não é que não haja leis ou que não deva haver. Deve. Mas, devagar com o andor que o santo é de barro.
Primeiro, vamos pensar nas liberdades. Não devemos nos apressar, como pretende o deputado Azeredo, com o projeto de criminalização de usuários, a pretender uma vigilância absurda ao acabar com a navegação anônima na rede, ao querer guardar por três anos os dados de todo mundo nos provedores, ao estabelecer uma espécie de big brother pairando sobre a multidão de navegantes, que tem o direito de liberdade de expressão e não podem estar submetidos ao grande irmão.
O governo federal se preocupou com isso, com as liberdades, e instalou uma consulta pública sobre o Marco Civil da Internet no Brasil de forma a construir democraticamente um sistema garantidor de princípios, garantias e direitos dos usuários da internet, o que é a atitude mais correta, e primeira, se quisermos tratar a sério das coisas da rede.
Entre outubro de 2009 e maio de 2010 a consulta se desenvolveu, com ampla participação, e, ao que sabemos, o marco civil foi elaborado, só faltando a assinatura do Ministério do Planejamento para voltar à Casa Civil da Presidência da República, para então, assinado pela presidenta Dilma, chegar à Câmara Federal.
Não se trata de primeiro chamar a polícia. Primeiro, vamos garantir liberdades e direitos. Depois, pensar na tipificação dos crimes. Até porque a ideia de que colocar na cadeia um bocado de jovens usuários resolve o problema é uma ilusão de bom tamanho. Os hackers, os mais competentes, os mais habituados aos segredos da rede, costumam entrar em sistemas sofisticados sem grandes dificuldades. A própria rede, no entanto, tem condições amplas de desenvolver sistemas de prevenção, de segurança, reconhecidamente eficientes, embora não se possa dizer nunca que invioláveis.
Creio que o melhor é baixar a bola, insistir junto ao governo para o envio o mais rápido possível do projeto do marco civil da internet para o Congresso, e depois disso, então pensar na tipificação dos crimes e nas punições possíveis, sem nunca mexer nas liberdades dos usuários, e sem estabelecer quaisquer medidas que visem acabar com a navegação anônima, até porque isso, sem dúvida, seria mexer com o princípio sagrado das liberdades individuais e confrontaria com a própria Constituição.
No dia 13 de julho, foi realizado um seminário na Câmara Federal, com a participação de especialistas e de setores da sociedade civil, para debater o assunto. O seminário foi resultado de uma proposta minha, com a visão que expresso aqui, e outra do deputado Sandro Alex, que tem uma visão diversa, embora, como me disse, disposto ao diálogo para chegar a um consenso. Nós juntamos as duas iniciativas, e o debate foi muito esclarecedor de que interesses estão em jogo.
De um lado, aqueles que defendem o projeto Azeredo, estiveram empresas de segurança da área da informática, escritórios de advocacia interessados nos clientes que o projeto Azeredo vai criar, e setores conservadores do Judiciário. Do outro lado, entre os que sustentam as posições que tenho defendido, os que defendem a liberdade na internet e que demonstraram o quanto de atraso poderia significar a aprovação desse projeto, que a rede dos libertários chamou com propriedade de AI-5 digital da internet.
Ficou evidente, durante o seminário, que o projeto Azeredo, além de tudo, atende aos interesses do mundo das empresas que defendem os direitos autorais no sentido mais conservador, inclusive dos grandes centros da indústria cultural dos EUA. É que o projeto pretende impedir a prática tão comum da maioria dos internautas de baixar músicas, por exemplo. Milhões de pessoas seriam criminalizadas se o AI-5 digital fosse aprovado. Os militantes digitais que se colocam contra o projeto entregaram ao presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Bruno Araújo, do PSDB, durante o seminário, por proposta minha, um abaixo-assinado com mais de 163 mil assinaturas contra o projeto, a evidenciar o quanto de revolta ele tem provocado.
Há a previsão de que o projeto seja votado logo no início de agosto deste ano. Lutamos para que não fosse votado imediatamente, como se pretendia, e justiça se faça, o deputado Azeredo concordou com o adiamento. Creio, no entanto, que o melhor seria, como já disse, aguardar a chegada do marco civil para só depois, então, pensar na tipificação de crimes. E vamos tentar isso. Na verdade, o projeto é muito ruim e não deveria ser aprovado. O importante é que todos estejam atentos para que a democracia não seja atingida, para que a liberdade na internet não seja violentada.
Emiliano José é jornalista, escritor, doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia

22/08/2011

Janete Pietá participa da 1ª Conferência dos Direitos da Mulher em Carapicuíba


A deputada federal Janete Pietá (PT-SP) participou da 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Mulher, organizado pela Coordenadoria da Mulher de Carapicuíba. A Conferência ocorreu no sábado, dia 20, e teve como tema a erradicação da pobreza com autonomia, trabalho e renda para as mulheres. Também foram discutidos o combate à violência contra a mulher; saúde integral, direitos sexuais e direitos reprodutivos; educação inclusiva, não sexista, não machista e não homofóbica; criação e fortalecimento dos organismos de políticas para mulheres; participação no espaço de poder; habitação, cultura e gênero.

Segundo a coordenadora, Dinah de Araújo Barros, a Conferência teve como objetivo discutir e formular diretrizes para a superação das desigualdades de gênero no contexto das desigualdades sociais e na construção de políticas públicas de igualdade.

Ao fazer uma análise da realidade brasileira nas áreas econômica, social, política e cultural, Janete Pietá ressaltou que o Brasil está se transformando internacionalmente e que desde o governo do ex-presidente Lula, que criou a Secretaria de Políticas para Mulheres, hoje transformada em Ministério, as mulheres estão ocupando o espaço que mereçem. “As mulheres têm de continuar batalhando por mais políticas públicas e por maior participação em todos os espaços de poder”.

Também participou da Conferência, Sônia Coelho, da Marcha Mundial de Mulheres, que falou sobre a erradicação da pobreza com autonomia, trabalho e renda para as mulheres.

19/08/2011

A Secretaria Estadual de Mulheres do PT-SP realiza Plenária Ampliada

Secretaria Estadual de Mulheres do PT-SP realiza Plenária Ampliada

Atividade será no dia 27 de agosto, na Câmara Municipal de São Paulo.

A Secretaria Estadual de Mulheres do PT-SP realiza, no próximo dia 27 de agosto, uma Plenária Ampliada. Confira a programação completa.

Programação

Data: 27 de agosto
Local: Câmara Municipal de São Paulo

9h: Visibilidade Lésbica – Nossos compromissos e lutas
Será exibido um vídeo e um breve relato das bandeiras de luta prioritárias para as mulheres lésbicas.

10h: Congresso do PT – Avanços possíveis do ponto de vista das mulheres
Mesa de debate apresentando as principais propostas das mulheres

14h: Diálogos das mulheres petistas e a reforma política a partir de seus espaços de atuação: parlamentar, movimento de mulheres e partido.
Com a presença das bancadas petistas femininas federal, estadual e da Capital e apoio dos mandatos da Deputada Federal Janete Pietá e da vereadora Juliana Cardoso.

18/08/2011

''A nossa maior riqueza, não é o petróleo, não é nossa produção agrícola ou o minério, mas sim o nosso povo brasileiro''. Dilma Rousseff.


‘’Brasil sem miséria para a região sudeste’’: É o Brasil inteiro em um grande abraço republicano

Em evento realizado no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, nesta quinta feira, a nossa presidenta Dilma Rousseff demonstrou a diferença de se governar para o povo ,ao reunir governo e oposição em um ‘’Pacto Republicano’’, clamando por um Brasil Sem Miséria.
Presentes estavam os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não poupou elogios a petista. Ele enalteceu o patriotismo e o espirito conciliador de Dilma, segundo o governador, o programa contra a miséria é uma "avanço para o Brasil". Disse mais; Ultrapassamos um período de disputa política para unir esforços em favor dos que mais precisam.
Não bastasse a realização deste evento soberano e democrático, pois é a primeira vez que o governo paulista, sob controle dos tucanos, se une ao governo petista ,Dilma convidou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)presente na cerimônia, para ficar na mesa das autoridades. Ele não discursou, mas foi citado nos discursos da presidente e dos governadores.
Esta participação democrática em defesa do povo demonstra plena soberania administrativa, pois ela, a presidenta, foi eleita pelo povo e para o povo governa, assim não deve desprezar parcerias, deve sim ,somar ,compartilhar ações positivas que alavanquem o nosso Brasil, para um degrau muito distante da estagnação social que se encontram outros países.
O evento de hoje serviu de exemplo para Serra que se recusou a assinar convênios para implantação do Bolsa Família na cidade de São Paulo quando prefeito
Entre as medidas anunciadas está a unificação dos programas regionais de São Paulo e Rio --Renda Cidadã e Renda Melhor-- com o Bolsa Família.
Os governadores de Minas e Espírito Santo também divulgaram medidas para redução da pobreza
Dilma, em seu discurso, fez questão de valorizar a herança bendita que o presidente Lula a legou e reafirmou que a miséria continua sendo o nosso principal problema e o nosso maior desafio.
Enfim sabedoria, seriedade e liderança para administrar o Brasil não falta a esta mulher que sabe valorizar o seu povo, pois o tem como foco na sua administração, além de seu real valor ao dizer:
‘’ A nossa maior riqueza, não é o petróleo, não é nossa produção agrícola, ou o minério ,mas sim o nosso povo brasileiro’’. Dilma Rousseff

Brésil: manifestation de paysannes

E a Marcha das Margaridas nem tinha terminado e já era notícia nos jornais O Le Fígaro da França afirmava que mais de 50 mil mulheres estavam participando da manifestação e que ia contar com a presença de Dilma Rousseff.

Au moins 50.000 paysannes brésiliennes ont manifesté ce mercredi dans les rues de Brasilia pour réclamer plus de justice sociale au gouvernement de la présidente Dilma Rousseff. "Le Brésil est un pays très inégal socialement et quand il s'agit des femmes, cette inégalité est encore plus grande", a déclaré à l'AFP Carmen Foro, coordinatrice de cette manifestation annuelle baptisée "Marche des Marguerites".

Cette foule de femmes -70.000, selon les organisateurs et 50.000, selon la police- protégées du soleil par des chapeaux de paille et brandissant des banderoles mauves, a parcouru la principale avenue de la capitale où se trouve la Place des trois pouvoirs. "Nous sommes venues remettre à la présidente Dilma (Rousseff) les revendications des paysannes brésiliennes. Nous luttons pour l'eau, pour la production d'aliments sains, pour la sécurité alimentaire, pour une éducation non sexiste, pour l'accès à la santé et contre la violence domestique", criait une dirigeante syndicaliste dans un haut-parleur.

Pour la première fois, cette manifestation annuelle s'adresse à une femme présidente au Brésil et il était prévu que Mme Rousseff intervienne en conclusion de cette "Marche des Marguerites" en fin de journée, dans un parc de la capitale. "Nous attendons beaucoup d'elle, parce qu'en tant que femme, elle comprend notre douleur. Même si elle n'est pas de notre classe sociale. Dilma Rousseff a été prisonnière politique (sous la dictature) et victime de discriminations", a dit à l'AFP Ivanize Magalhaes, 71 ans, qui a effectué un voyage de trois jours en car pour venir du Ceara (nord-est).

La "Marche des Marguerites" réunit chaque année dans la capitale fédérale des dizaines de milliers de travailleuses rurales de tout le Brésil. Elle rend hommage à Margarida ("Marguerite" en français) Alves, une dirigeante syndicale assassinée en 1983 alors qu'elle réclamait plus de justice sociale.

Donas de casa e empreendedor individual poderão ter redução da contribuição previdenciária


Projeto foi aprovado e encaminhado para assinatura da presidenta Dilma

Governo e oposição aprovaram, na quarta-feira (10/8), por unanimidade, o texto da Medida Provisória que reduz a contribuição previdenciária do empreendedor individual e da dona de casa de baixa renda, dentre outros benefícios (MP 529/11). O senador José Pimentel (PT-CE) foi um dos principais articuladores no governo para que novos itens fossem incluídos na lei que, originalmente, previa apenas a redução da contribuição para o empreendedor individual.

A dona de casa de baixa renda terá o mesmo benefício concedido ao empreendedor individual: redução na contribuição previdenciária de 11 para 5% do salário mínimo. Só terá direito a redução a dona de casa que se dedicar exclusivamente ao trabalho doméstico. Outra condição é que a família esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal e que tenha renda mensal de até dois salários mínimos.

O senador Pimentel estima que 10 milhões de donas de casa sejam beneficiadas com essa inclusão. Ele lembra que a medida regulamenta a reforma da Previdência (EC nº 47), que também foi relator.

Pessoas com deficiência

As modificações na legislação previdenciária também abrangem as pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Pela atual legislação, caso ingressem no mercado de trabalho, elas têm o benefício cancelado. Mas o texto aprovado permite a manutenção do benefício por até dois anos quando a pessoa começa a trabalhar na condição de aprendiz.

Caso a pessoa com deficiência consiga um emprego com carteira assinada ou se formalize como empreendedor individual, o BPC será apenas suspenso, enquanto durar sua formalização no mercado. Para o senador José Pimentel (PT-CE), “o texto aprovado dá segurança jurídica àqueles que pretendem entrar no mercado de trabalho porque, agora, não precisam temer o cancelamento do benefício. Há apenas a suspensão do pagamento, enquanto durar o vínculo trabalhista”.

O BPC, que corresponde a um salário mínimo mensal, é pago a pessoas com deficiência que pertençam a famílias cuja renda mensal seja inferior a um quarto do salário mínimo, por pessoa. Hoje, esse benefício é cancelado quando o deficiente inicia qualquer trabalho remunerado. Para reaver o auxílio, é necessário comprovar o desemprego e se submeter a perícia médica.

Outras mudanças

Além de reduzir a contribuição previdenciária do empreendedor individual, o texto aprovado simplifica o processo de abertura, registro, alteração e baixa desse tipo de empreendimento. Também estabelece que o salário-maternidade da trabalhadora empregada pelo empreendedor individual será pago diretamente pela Previdência Social.
O texto aprovado seguiu para a sanção presidencial.

(Assessoria Senador José Pimentel)

16/08/2011

Marcha das Margaridas 2011: marchar por um Brasil mais justo | Fundação Perseu Abramo - FPA


Marcha das Margaridas 2011: marchar por um Brasil mais justo |
Por Tatiana Melim
Fonte CUT - SP, em 11/8/2011
Cerca de 100 mil mulheres seguirão em marcha pelas ruas de Brasília em busca de desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade
A Marcha das Margaridas realizará este ano a sua 4ª edição, que acontecerá nos próximos dias 16 e 17 de agosto, no Parque da Cidade, localizado no Plano Piloto de Brasília. São esperadas cerca de 100 mil mulheres trabalhadoras rurais, do campo, da floresta e da cidade para marcharem nas ruas de Brasília.

A Marcha se consolidou na luta contra a fome, a pobreza e a violência sexista a partir de grandes mobilizações nacionais que foram realizadas em 2000, 2003 e 2007. Agora, em 2011, as mulheres seguirão em marcha com o lema “Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.

De acordo com a coordenação da Marcha, as pautas de reivindicações levadas ao governo partem da constatação de que a pobreza, desigualdade, opressão e violência predominam entre as trabalhadoras do campo e da floresta. “Nós temos a absoluta certeza de que a pobreza no nosso país tem sexo, tem a cara feminina, tem cor - são negras as pessoas mais pobres - e tem lugar, estão no campo e na periferia das cidades. Portanto, nossa pauta não tem só apelo, mas também legitimidade”, defende Carmem Foro, representante da CUT na Confederação Nacional de Trabalhadores em Agricultura (Contag) e secretária de Meio Ambiente da CUT.

Com isso, as mulheres construíram pautas de reivindicações baseadas em 7 eixos: Biodiversidade e Democratização dos Recursos Naturais; Terra, Água e Agroecologia; Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional; Autonomia Econômica, Trabalho e Renda; Educação Não Sexista, Sexualidade e Violência; Saúde e Direitos Reprodutivos; Democracia, Poder e Participação Política.

São 158 pontos que compõe esses 7 eixos e que atendem não somente as trabalhadoras rurais, mas a sociedade como um todo. A pauta de reivindicações da Marcha das Margaridas foi entregue ao governo no dia 13 de julho, no Palácio do Planalto, com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence; da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da ministra chefe de estado da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros; da Secretária de Política para as Mulheres, além de representante do Ministério do Desenvolvimento Social.

“A gente acredita muito neste mandato, acreditamos muito na presidenta Dilma e, acima de tudo, acreditamos na nossa pauta, que além de tudo é feminista”, afirma Carmem.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane da Silva, “este será o primeiro ano em que teremos uma mulher como presidenta da república, por isso temos a oportunidade e a necessidade de avançar no debate, na luta e nas conquistas para as mulheres”.


Por que Marcha das Margaridas?

Por Coordenação da Marcha das Margaridas

UM LEGADO E UMA HOMENAGEM À MARGARIDA MARIA ALVES

Dirigente sindical, Margarida Maria Alves (1943 -1983) é o grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983. Hoje, a Marcha das Margaridas carrega o seu nome em homenagem a trajetória de lutas e de resistência dessa grande mulher.

13/08/2011

AMTUJEL,Jardim Tupi,Joia,Emilia e Leika: FALE E FOTOGRAFE O SEU BAIRRO

AMTUJEL,Jardim Tupi,Joia,Emilia e Leika: FALE E FOTOGRAFE O SEU BAIRRO: "  REGULAMENTO 1 - Participação 1.1 Este concurso é válido somente para os moradores dos Bairros do Jardim Tupi,Joia,Emilia e Leika. 1.2 ..."

12/08/2011

PT lidera com 32% a preferência da população brasileira, aponta Vox Populi

Partido dos Trabalhadores amplia preferência popular.

O Partido dos Trabalhadores ampliou sua liderança na preferência do povo brasileiro. Pesquisa Vox Populi, encomendada pela direção nacional do PT, aponta que o partido tem 32% da simpatia da população, um acréscimo de 4% em comparação com levantamento realizado em 2009.

A pesquisa entrevistou 2.200 pessoas em todo o País e foi realizada na primeira quinzena do mês de junho. De acordo com a Vox Populi, 66% dos entrevistados acham que o PT atua de maneira positiva na política brasileira. E 15% afirmam que o PT é o partido que tem os políticos mais honestos, o maior índice entre todos os demais.

A pesquisa apurou também que 72% consideram o PT um partido moderno e com novas idéias, enquanto que um total de 81% o classificaram como um partido forte. Além disso, 48% dos entrevistados afirmam que o PT é a maior agremiação política do Brasil.

O levantamento também avaliou o desempenho da presidenta Dilma Rousseff em seis meses de governo. O resultado total da soma de quem considera o desempenho da presidenta como ótimo, bom e regular positivo ficou em 71% de aprovação popular.

Os resultados da pesquisa foram apresentados durante a reunião da Comissão Executiva Nacional do PT nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro.

Nesta sexta-feira (5), é a vez do Diretório Nacional do PT realizar a sua reunião trimestral, que também ocorre na capital carioca, no Hotel Novo Mundo (Praia do Flamengo). (Redação Portal do PT)

A Marcha das Margaridas 2011 a maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil.

A Marcha das Margaridas 2011 será realizada nos dias 16 e 17 de agosto, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Considerada a maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil, a Marcha das Margaridas tem esse nome como forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada a tiros em agosto de 1983.

O tema da 4ª Marcha das Margaridas é "2011 razões para marchar por: desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade". A Marcha pretende reunir cerca de 100 mil mulheres de diversas regiões do País na luta por melhores condições de vida e trabalho no campo e contra todas as formas de discriminação e violência.

09/08/2011

Mensagem ao Partido consolida-se nacionalmente e parte para a segunda fase

Victor Zacharias Nos dias 5 e 6, em Brasília, aconteceu o Encontro Nacional do Mensagem ao Partido que reuniu lideranças e autoridades petistas de todo o Brasil, os militantes lotaram todas as plenárias tanto na Câmera Federal e no Diretório Nacional. No dia 5 as mulheres discutiram a Reforma Política reforçando especialmente sua luta pela lista fechada com paridade de gênero, pois elas são sub representadas no parlamento. A deputada Janete Pietá elogiou a participação feminina e considerou que, apesar da dificuldade, é preciso que as mulheres lutem pela paridade. No mesmo dia, no período da tarde, o governador Tarso Genro e o professor de Ciência Políticas da UFMG, Juarez Guimarães, analisaram a trajetória do Mensagem ao Partido. O governador Tarso deu o tom político para o que chamou de segunda fase deste movimento. Tarso Genro lembrou que o Mensagem, hoje segunda força do partido, se originou de uma inconformidade política, ética e ideológica, na crise de 2005, em amplos setores da base partidária, e apontou para um novo programa para o partido. A necessidade momentânea para a reorganização econômica, que se justificava em certo momento, deixou de ser uma ação tática e se transformou em uma política. Isso causou um efeito destrutivo dentro do partido, completou Tarso: "A tática se assenhoroudo sujeito político". Quanto às alianças, o PT adotou um sistema que se desenvolveu de maneira acrítica, embora necessária. O resultado disso é que os aliançados não mantiveram seu compromentimento com as questões programáticas. É necessário e possível ter como centro a hegemonia das idéias democráticas republicanas e o movimento Mensagem ao Partido tem o dever de recuperar a utopia, sob pena do PT se tornar mais um partido tradicional, destes que já estamos cheios. Começa aqui uma segunda fase da história do Mensagem, que deve construir um programa mais amplo que cubra toda esta etapa e seja mais uma razão para convergência dentro do PT. Tarso Genro também falou sobre a nova maneira de fazer política pelas redes da internet e a necessidade do partido refletir este tipo de participação. Clique e leia o texto publicado aqui. Revolução Democrática O professor Juarez Guimarães pensou em 3 hipóteses para entender o Mensagem: 1- O Mensagem teria um sentido efêmero ditado pela necessidade de sobrevivência diante da crise de 2005; 2- Um mecanismo útil de coordenação de lideranças e correntes que tem afinidades eletivas por força de um aderência mais programática e menos pragmática aos valores e programas históricos do PT; 3- O sentido do Mensagem está no futuro, vai além da coordenação das lideranças afins, é a contribuição na construção da superação do impasse histórico do PT impulsionando o partido para uma nova convergência com os movimentos sociais. É sobre esta terceira hipótese que o professor Juarez produz um pensamento que propõe uma reação a esta crise de identidade socialista democrática. As melhores tradições da esquerda sempre souberam vincular os grandes desafios organizativos aos desafios programáticos. Assista à parte do discurso do Tarso Genro que aprofunda e completa o texto acima:

08/08/2011

Números que berram, que levam as mulheres a marchar (blogagem coletiva Lei Maria da Penha)

.Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 é a Lei Maria da Penha. Cinco anos depois de sua implementação, ainda há muito o que fazer. O código foi um marco na história das mulheres no Brasil por criminalizar a violência contra a mulher, muitas vezes encarada pela sociedade como algo natural. Os números abaixo mostram que essa violência ainda assusta e revolta. Cinco anos depois, ainda é preciso que o poder público tome as rédeas da justiça no cumprimento da Lei Maria da Penha. E enquanto isso não acontecer as mulheres irão marchar, cantar, gritar, tomar as ruas e o mundo digital em revolta e com muita criatividade para deixar claro que não irão se amedrontrar!

- Campinas registrou 122 estupros no primeiro semestre de 2011 (dados divulgados 25/07/2011 pela Secretária de Estado de Segurança Pública de São Paulo). No Brasil, em média, de 10 a 15% das mulheres denunciam a violência sexual (Osmar Ribeiro Colás, médico e presidente da Comissão Nacional de Violência Sexual da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstretrícia). Ou seja, poderia se supor a ocorrência de mais de 800 casos de estupro em Campinas do primeiro semestre.


- Muitas mulheres não registram boletim de ocorrência porque têm medo e se sentem vulneráveis, principalmente quando o agressor é conhecido ou parente da vítima (Lúcia Octaviano, coordenadora da entidade SOS Ação Mulher e Família. A instituição oferece acompanhamento psicológio e jurídico gratuito às vítimas de estupro em Campinas e atende atualmente cerca de 60 famílias.)

- Estupro urbano: “Antes, a maioria das ocorrências eram dentro das residências, no entanto os casos de estupro em via pública têm aumentado significativamente”, explica Verônica Gomes, ginecologista e coordenadora do programa Iluminar da Secretaria Municipal de Saúde.

- Atualmente existem 124 delegacias da mulher no estado de São Paulo, com nove na capital. O paíss conta com 307 delegacias da mulher, destacando-se o fato de que o total de municípios com esse tipo de delegacia não chega a 10%

- Razões que levam uma mulher a continuar a relação com o agressor

Falta de condições econômicas para viver sem o companheiro – 24%

Preocupação com a criação dos filhos – 23%

Medo de ser morta caso rompa a relação – 17%

Falta de auto-estima – 12%

Vergonha de admitir que é agredida / apanha – 8%

Vergonha de se separar – 6%

Dependência afetiva – 4%

Acha que tem a obrigação de manter o casamento – 4%

Fonte: Ibope / Instituto Avon, 2009 – Na sua opinião, o que mais leva uma mulher a continuar numa relação

na qual é constantemente agredida fisicamente e/ ou verbalmente pelo companheiro? (uma opção)

- PIORES COISAS DE SER MULHER –comparativo 2001/ 2010 (espontânea e múltipla, em %)

- violência contra a mulher no espaço privado – 11% – 2001; 14% – 2010 /

- discriminação social / machismo no espaço público – 18% – 2001; 19% – 2010

Fonte: Fundação Perseu Abramo.

- O que faria para melhorar a vida das mulheres?

combater a violência contra a mulher – 15% em 2010

Fonte: Fund. Perseu Abramo

- VIOLÊNCIAS SOFRIDAS – pior caso narrado [espontâneo] por modalidade, síntese dos comparativos 2001/ 2010 e mulheres/ homens [em %]

- já sofreu alguma violência – 2001 18%; 2010 19%

- violência física ou ameaça à integridade física 2001 – 10% ; 2010 12%

- violência sexual – 2001- 6% ; 2010 – 4%

Fonte: Fundação Perseu Abramo

- VIOLÊNCIAS SOFRIDAS [estimuladas] – síntese por modalidade, comparativos 2001/ 2010 e mulheres/ homens [em %]

- Sexual 2001 – 13% ; 2010 – 10%

Fonte: Fundação Perseu Abramo

Links com dados e informações:

Fundação Perseu Abramo

SOS Ação Mulher e Família(Campinas)

Agência Patrícia Galvão


ESTE POST FAZ PARTE DA BLOGAGEM COLETIVA CONVOCADA PELAS BLOGUEIRAS FEMINISTAS SOBRE A LEI MARIA DA PENHA, QUE HOJE COMPLETA (7/8/2011) 5 ANOS.

Arapongagem tucana,50 mil documentos desnudam a central tucana de dossies.

Reportagem da revista IstoÉ revela como o PSDB se serviu do dinheiro do contribuinte para monitorar ilegalmente seus opositores, sobretudo o PT e os movimentos sociais. Até agora, a grande imprensa misteriosamente se mantém calada.



Lula foi um dos principais alvos da espionagem tucana nos anos 90
Agentes infiltrados em movimentos sociais, centenas de dossiês sobre partidos políticos, relatórios minuciosos com os discursos de oradores em eventos políticos e sindicais. Tudo executado por policiais, a mando de seus chefes. Estas atividades, típicas da truculenta ditadura militar brasileira, ocorreram no Estado de São Paulo em plena democracia, há pouco mais de dez anos.


Cerca de 50 mil documentos, até então secretos e que agora estão disponíveis no Arquivo Público do Estado, mostram como os quatro governadores paulistas, eleitos pelas urnas entre 1983 e 1999, serviram-se de “espiões” pagos com o dinheiro dos contribuintes para monitorar opositores.


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Amparados e estimulados por seus superiores, funcionários do Departamento de Comunicação Social (DCS) da Polícia Civil realizavam a espionagem estatal. Até o tucano Mário Covas, um dos maiores opositores do regime militar e ele mesmo vítima de seus métodos autoritários, manteve a “arapongagem” durante todo o seu primeiro mandato e por um período de sua segunda gestão. Entre os alvos preferidos na administração do PSDB aparecem o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organização sindical fundada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há dezenas de dossiês com informações sobre as duas entidades e seus principais expoentes. Já as investigações a respeito dos tucanos e seus aliados foram suspensas a partir de 1995, quando Covas assumiu o governo de São Paulo.







A classificação dos documentos, que vieram à tona em uma reportagem publicada pelo portal IG, deixa claro como a polícia a serviço dos políticos paulistas se utilizou exatamente das mesmas práticas que fizeram a fama dos órgãos de repressão militar. As informações coletadas eram organizadas em fichas por códigos alfanuméricos, como no temido Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde opositores do golpe de 1964 foram alvo de interrogatórios e sessões de tortura. Tarimbados profissionais do extinto Dops integravam também a equipe do Departamento de Comunicação Social da Polícia Civil. Delegados de cidades paulistas foram orientados a reportar qualquer acontecimento político-social ao DCS. Codinomes e infiltrações em assembleias grevistas também faziam parte da rotina dos agentes, que relatavam os acontecimentos aos superiores. Em um dos dossiês sobre a CUT, os investigadores autodenominados Gama 30 e Gama 38 relatam a tentativa frustrada de participar de uma assembleia dos funcionários da Fundação Florestal do Estado de São Paulo em 13 de março de 1995. Dizem que “cumpriram a determinação”, mas foram barrados por uma moça na portaria. Os crachás de empregados temporários de que dispunham os agentes trapalhões não eram aceitos na entrada.

Os agentes eram enviados para acompanhar até eventos públicos. “Em cumprimento à determinação de V.S., assistimos no local e constatamos a presença de aproximadamente 250 pessoas juntamente com um carro de som e de uma perua Kombi”, relatam os agentes Gama 45 e Gama 55 sobre manifestação da CUT realizada no dia 10 de março de 1995, na Praça da Sé, em São Paulo. No documento ainda identificam os proprietários dos veículos pelas placas e fazem questão de mencionar que o hoje deputado Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, presidente na época da entidade sindical, discursou no evento. Essa seria apenas uma das diversas arapongagens contra a Central Única dos Trabalhadores na gestão Covas.


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Em algumas tentativas os arapongas paulistas pareciam conseguir antecipar alguma coisa. “A CUT e entidades alinhadas estão articulando para os dias 06, 07 ou 08/03/99, Praça da Sé, um grande “Ato Público” contra o desemprego e arrocho salarial. Distribuirão no ato, entre outros, o panfleto “Bloco do Bode”, que segue abaixo”, informa o documento sem assinatura ou destinatário. Em seguida, junto de recortes de jornal confirmando a manifestação, há uma lista com 15 policiais designados para ficar de plantão. Procurado pela reportagem de ISTOÉ, Vicentinho mostrou-se perplexo com a espionagem: “Na época do Covas, eles ainda faziam isso? Achei que tinha parado na ditadura. É inimaginável”, diz o ex-líder sindical. “É um absurdo gastar dinheiro público para violar a privacidade das pessoas, ainda mais com interesse político. Graças a Deus nada disso interrompeu a consolidação da democracia”, complementa.

Em tempos tucanos, o Partido dos Trabalhadores (PT) virou o principal alvo. Há pilhas e pilhas de documentos produzidos pelo Departamento de Comunicação Social (DCS) a respeito da sigla. Convenções, disputas internas, gestões municipais do partido e informações das principais lideranças e dos possíveis candidatos a eleições majoritárias eram coletadas pela “polícia política” em plena década de 90. Os nomes do ex-presidente Lula e da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP), que disputaria com Covas o primeiro turno da corrida pelo governo de São Paulo em 1998, aparecem constantemente nos “dossiês PT”. Já para Antônio Palocci, prefeito de Ribeirão Preto no período, criaram um dossiê exclusivo. Na pasta, o ex-ministro é apresentado como uma figura em ascensão no partido e favorável a privatizações.


Segundo o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro, Wadih Damou, as atividades realizadas pelo Departamento de Comunicação Social da Polícia Civil do Estado de São Paulo são ilegais, violam a Constituição e devem ser investigadas com extremo rigor. “Causa mais repulsa ainda que tenham sido feitas em um período democrático. Nunca vi nada parecido. Fico preocupado e penso se isso não continua acontecendo.” O DCS, pelo menos, acabou extinto em 24 de novembro de 1999.


Pedro Marcondes de Moura - Revista IstoÉ

O DIA DO MEDO MACHO.Sera que é para isto que elegemos vereadores,para alem de colocarem lombadas,se autoarfimarem

Os “machões” da Câmara de São Paulo estão precisando de terapia.
Sera que é para isto que elegemos vereadores,para alem de colocarem lombadas,eles tambem se autoarfimarem.


ELIANE BRUM
Quando li nos jornais que a Câmara de Vereadores de São Paulo tinha aprovado um projeto de lei criando o “Dia do Orgulho Hétero”, minha primeira reação foi de indignação. Como cidadã que tem crises de bronquite por causa da poluição da cidade, em que ônibus, carros e caminhões circulam deixando nuvens de fumaça com monóxido de carbono, entre outras porcarias, sem que ninguém pareça fiscalizar. Como cidadã que tropeça nos buracos de calçadas quando anda a pé e já sofreu trancos na coluna quando anda de carro por causa da péssima pavimentação das ruas. Como cidadã que passa horas todo dia num trânsito empacado e é empurrada e machucada em trens e ônibus lotados porque o transporte público é insuficiente e ineficiente e a população que dele depende é tratada como gado. Como cidadã que testemunha a péssima qualidade da educação pública e do atendimento nos postos de saúde. Como cidadã que sofre nos períodos de seca com a qualidade do ar, mas teme a chuva porque ano após ano os mais pobres morrem soterrados ou têm suas casas destruídas por causa do descaso do poder público e de obras adiadas. Como cidadã que vive tudo isso na cidade mais rica de um país que é a sétima economia do mundo, ao ler a notícia minha primeira reação foi de indignação.

Afinal, será que os vereadores que deveriam honrar o voto da população não têm problemas reais para discutir no seu tempo muito bem pago com dinheiro público? Mais ainda ao saber que o autor do projeto, o vereador Carlos Apolinario (DEM) apresentou a proposta em 2005 e só conseguiu aprová-la, em primeira votação, no ano de 2007. Botou de novo a proposta em discussão em junho deste ano e, desde então, segundo a imprensa paulistana, estava emperrando a análise de outros projetos para, como chegou a ser dito, “vencer pelo cansaço”.

Quem é Carlos Apolinario, o homem que está tão preocupado com os gays? Como lembrou Fernando de Barros e Silva, colunista da Folha de S.Paulo, Apolinario é um adepto do troca-troca, pelo menos na política: “Já esteve no PMDB, passou por um tal de PGT, frequentou o PDT e hoje se abriga no DEM”. Mas, pelo empenho demonstrado, parece que aprovar o “Dia do Orgulho Hétero” era uma questão de convicção e de fidelidade para o vereador. E o projeto foi aprovado por 31 de 55 vereadores que só estão lá porque seus eleitores pensaram que fariam um bom trabalho.

Datas como o “Dia do Orgulho Gay” ou o “Dia da Mulher” ou o “Dia da Consciência Negra” fazem parte da luta pelos direitos básicos de parcelas da população que historicamente sofreram – e ainda sofrem – as consequências da discriminação e do preconceito por aquilo que são. Os gays, por exemplo, contra os quais o “Dia do Orgulho Hétero” se opõe, têm sofrido diariamente por séculos e continuam a ter ainda hoje sua vida ameaçada mesmo em cidades como São Paulo, em que os casos de homofobia aparecem com frequência alarmante nas manchetes da imprensa. Dezenas de pessoas são assassinadas por ano no Brasil por causa de sua orientação sexual. E, em julho, um homem teve parte de sua orelha decepada no interior de São Paulo ao abraçar seu filho porque foram “confundidos” com um casal homossexual – como se isso justificasse a violência.

A homofobia é um problema sério, que tem ameaçado a vida de cidadãos honestos, pagadores de seus impostos, que com seu trabalho ajudam a manter São Paulo e o Brasil funcionando. E a homofobia merece a preocupação dos vereadores de São Paulo. Em vez de se preocupar com isso, o que eles fazem? Aprovam uma lei que só vai acirrar a violência.

Em seu site oficial, Carlos Apolinario, que se autointitula “o vereador das mãos limpas”, discorre sobre “heterofobia” e “ditadura gay”. E assim justifica seu projeto: “Na verdade, meu projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Hétero não significa um ataque à figura humana dos gays, que eu respeito. Meu objetivo é combater os excessos e privilégios praticados pelos gays”.

De fato, como todos sabemos, na vida real não há notícia de nenhum heterossexual sendo espancado por gays na Avenida Paulista ou discriminado na escola, no trabalho e em espaços públicos, como acontece com os homossexuais. Não há notícia de nenhum heterossexual ouvindo piadas nem risinhos por onde passa. Logo, o “Dia do Orgulho Hétero” pode ser interpretado como, no mínimo, uma provocação vulgar. Mas com consequências nefastas, na medida em que a homofobia tem causado a morte de seres humanos.

Como os heterossexuais nunca tiveram seus direitos nem sua vida ameaçados por causa de sua orientação sexual, não há justificativa para uma data como esta ser aprovada pela Câmara e fazer parte do calendário oficial de São Paulo. Como disse Pedro Estevam Serrano, professor de direito constitucional da PUC-SP: “Constitucional é (a lei). Mas, legítima no sentido humano, não é. Não é uma atitude de paz, é uma atitude beligerante”.

Por tudo isso, minha primeira reação foi de indignação. E, como cidadã, é indignada que devo me manter, já que a lei foi criada e aprovada por homens e mulheres públicos para ter repercussão e consequências públicas sobre a vida dos milhões de moradores de São Paulo. E com ecos no país e fora dele.

Mas, é sempre bom a gente dar a volta, e tentar compreender porque homens como Carlos Apolinario e os outros 30 que votaram a favor de seu projeto tiveram a atitude que tiveram. Sempre vale a pena vestir a pele do outro, ainda que em casos como este seja uma tarefa e tanto. A pergunta que me fiz foi a seguinte: “Por que homens e mulheres heterossexuais, que nunca tiveram sua orientação sexual questionada ou sofreram qualquer discriminação por causa dela, se sentem tão ameaçados pela homossexualidade do outro?”.

E segui com questões que me permitissem alcançar Carlos Apolinario e os outros 30: “Se eu me considero heterossexual e estou em paz com minha orientação sexual, por que vou me incomodar com a do outro? Por que preciso criar uma lei que se oponha ao modo de ser do outro, se ele e o mundo inteiro respeitam o meu modo de ser? Por que me sinto ameaçado por uma expressão da sexualidade que é pessoal apenas porque é diferente da minha?”. Por quê?

Em geral, a violência, seja ela física ou psíquica, é uma reação à percepção de ameaça. Você reage para se defender. Sente-se inseguro, arma-se (com pistolas, palavras ou leis) e reage com violência porque não consegue lidar de uma forma mais sofisticada com aquilo que interpreta como uma agressão. Se, na vida pública, não há nenhuma ameaça contra os heterossexuais sob nenhum ponto de vista, logo, não é aí que está o nó da questão. Portanto, é legítimo pensar que a ameaça possa ser uma percepção de foro íntimo para Carlos Apolinario e os outros 30. E, por dificuldades de lidar com essa questão no âmbito pessoal e privado, ela acabou se manifestando em fórum indevido, consumindo dinheiro público e acirrando problemas coletivos numa cidade que tem sido palco de crimes movidos pela homofobia.

Com isso não quero reforçar o clichê de que quem se sente incomodado com os gays pode estar com sua homossexualidade escondida no armário. Mas lembrar o que a necessidade de criar o “Dia do Orgulho Hétero” só desvela: a sexualidade é um território pantanoso e, para cada homem e mulher é pantanoso de uma maneira diversa. Não sei que tipo de perturbação moveu cada um dos vereadores que aprovaram a lei – e suas pulsões só acabaram por dizer respeito a mim e a todos os cidadãos de São Paulo porque eles fizeram dela algo público – fizeram dela uma lei.

Carlos Apolinario e os outros 30 não merecem o nosso escárnio, mas sim a nossa compaixão. Estes muitos homens e algumas mulheres precisam de ajuda, não de condenação. Preocupada com essa constatação, fui conferir seus rendimentos e verifiquei que um vereador de São Paulo recebe, por mês, R$ 15.033 de salário, além de R$ 16.359 de verba de gabinete para despesas variadas. Conclusão: dá bem para pagar uma terapia, dá não? Eles serão mais felizes e, mais bem resolvidos, poderão até se dedicar aos problemas reais de São Paulo. Nós todos, por razões humanitárias e de cidadania, agradecemos.

(Eliane Brum)