29/09/2011

Inauguração da Casa do Mandato da Deputada Federal Janete Rocha Pieta em Aruja

É com muita alegria que inauguraremos esta casa, pois ela é resultado de muita luta, alma, transparência e coragem.

A Casa do Mandato será um espaço de debate político, que centralizara esforços junto ao governo federal para trazer mais desenvolvimento à região Conto com a sua presença!

Sejam bem vindos!

09/09/2011

O PT diz sim às mulheres, por Rosangela Rigo

“É pra valer, é pra valer a paridade é bandeira do PT”. “Paridade já, as mulheres não podem esperar”.

Estas foram às palavras de ordem que desde a abertura do 4º Congresso do PT realizado nos dias 02 a 4 de setembro, marcaram a mobilização e unidade das mulheres para a conquista da paridade.

Determinadas a avançar e, mais uma vez marcar a história de nosso partido e de nosso país, aguerridas militantes petistas, feministas, companheiras de todos os estados foram em busca de apoio da proposta de paridade. Primeiro para conquistar inclusive àqueles e aquelas que defendiam a paridade, porém com regra de transitoriedade. Chegaríamos à paridade apenas em 2017. De fato as mulheres não poderiam permitir isso. Não podemos esperar!

Essa proposta em momento algum representava o conjunto das mulheres. Nos estados onde realizamos os debates, na discussão do coletivo nacional sempre indicamos a paridade já. É bem verdade que teve companheiras que tentaram propor uma mediação e aceitar a proposta de paridade com a regra de transitoriedade e defenderam publicamente no encontro de formação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT ocorrido recentemente em Brasília e, na própria comissão responsável para apresentar as emendas ao 4º Congresso. Não era possível permitir recuos ou nos intimidarmos frente às ameaças e terrorismos machistas de redução das cotas. Nossa construção sempre foi: “nem mais nem menos: iguais”!

Mais uma vez mostramos que, quando discutimos e deliberamos coletivamente nossas propostas e, quando ousamos apresentar ao partido os desafios para uma construção inovadora, assim como o fizemos no III Congresso com a emenda da resolução de programa de governo incluindo a descriminalização do aborto, somos fortes e o PT é capaz de dizer sim às mulheres, reconhecendo nossas lutas, nossas bandeiras e nossa construção partidária, como bradou Benedita da Silva ao se referir à conquista da paridade no momento de sua aprovação. “Amanhã todas as mulheres do campo e da cidade, negras, brancas e índias que sempre construíram este partido, estarão nas ruas para dizer que o PT diz sim às mulheres”.

Nossa emoção quando aprovamos a proposta reafirma a certeza de que um partido socialista como se propõe o PT, tem que ter no seu ideário e na sua prática cotidiana os princípios e a proposta feminista. Estamos construindo nossa história e, nossas conquistas no partido alteram não apenas dentro do PT, mas forçam a sociedade a discutir a necessidade da paridade entre mulheres e homens em todos os espaços de poder e de decisão.

Foi assim há 20 anos, quando a mesma Bendita da Silva representando todas as mulheres do partido defendeu a implementação das ações afirmativas e entre elas a mais polêmica: a presença de no mínimo 30% de mulheres nas direções partidárias. Isso permitiu que nossa então deputada federal Marta Suplicy apresentasse na Câmara Federal a proposta que assegura o mínimo de 30% de mulheres nas chapas para as eleições ao legislativo em todos os níveis. É disso que estamos falando quando afirmamos que as decisões do PT influenciam e fortalecem as mudanças do conjunto da sociedade.

No primeiro ano de Governo da primeira Presidenta do Brasil e que tem o maior número de ministras de nossa história, o PT mais uma vez mostra que é possível enfrentar o conservadorismo presente na sociedade brasileira. O fizemos durante a campanha Dilma Presidenta e, continuaremos a avançar, pois sabemos que nossos direitos os conquistamos com luta e organização.

Nosso desafio como militantes petistas para o próximo período é realizar um grande encontro de mulheres do PT e fazer com que a próxima gestão da SNMPT não tenha medo de fazer o debate, de enfrentar os limites que nos são impostos no cotidiano, de construir de forma coletiva nossas ações e não se permitir nenhum tipo de recuo.

No ano de 2012 nossa tarefa é reafirmar a ampla defesa da reforma política nos marcos defendido pelo partido com destaque para a reforma eleitoral e a participação das mulheres. O PT terá a oportunidade já na próxima eleição mostrar que esta deliberação é para dentro e para fora e certamente vai construir as condições para ampliar o número de mulheres nos legislativos e executivos municipais.

Ainda em 2011 será realizada a III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres onde poderemos como petistas e militantes do movimento de mulheres e feminista reafirmar nossos compromissos com as políticas públicas e com a defesa de um governo que traz como diretriz para o próximo período combater a miséria e a pobreza e construir as condições para a autonomia econômica das mulheres e o enfrentamento de todas as formas de discriminações e violência.

O 4º Congresso avançou em outras pontos que reafirmaram a importância da militância e a necessidade da formação política permanente, a limitação dos mandatos parlamentares, a confirmação do papel e importância dos setoriais e das secretarias na elaboração das políticas públicas defendidas pelo partido, a indicação de cota para a juventude e cota racial-étnica nas direções, a resolução política que reafirma nossa defesa do projeto socialista e democrático.

Podemos afirmar: Nós mulheres – negras, brancas, índias, lésbicas, com deficiência, jovens, da terceira idade, trabalhadoras do campo, da floresta e das cidades, militantes do movimento popular, de mulheres e feminista – saímos vitoriosas!!!! O PT saiu vitorioso! Hoje dizemos em alto e bom som: Partido é dos Trabalhadores! Partido é das Trabalhadoras!!!!!

Rosangela Rigo
Secretária Estadual de Mulheres do PT-SP
Integrante da Secretaria Nacional de Mulheres do PT
Militante Feminista

O outro 11 de setembro, por Valter Pomar

O outro 11 de setembro, por Valter Pomar

Devemos, também, analisar o 11 de setembro de 1973, quando um golpe militar derrubou o governo da Unidade Popular chilena


Texto publicado no blog http://valterpomar.blogspot.com/

A grande imprensa vem dedicando grande espaço para falar do 11 de setembro de 2001, quando ocorreu o ataque contra as torres do World Trade Center, em Nova Iorque.

Nós da esquerda devemos analisar aqueles fatos e suas repercussões.

Mas devemos, também, analisar o 11 de setembro de 1973, quando um golpe militar derrubou o governo da Unidade Popular chilena.

Hoje, em diferentes países da América Latina, as forças de esquerda enfrentam dilemas estratégicos parecidos com aqueles enfrentados pela “via chilena para o socialismo”.

Por exemplo:

1. Os Estados Unidos (e seus aliados) continuam se opondo a governos que busquem democracia, bem-estar social, soberania nacional e integração da região. E não têm compromisso efetivo com a legalidade institucional e eleitoral, nem tampouco com a soberania e autodeterminação dos povos;

2. A grande burguesia segue alérgica a pagar os “custos sociais” de uma elevação constante na qualidade de vida do povo. E, por isto mesmo, está sempre disposta a financiar e participar de movimentos oposicionistas, desestabilizadores e golpistas;

3. As camadas médias seguem tratadas como massa de manobra, ideológica, social, política e eleitoral, dos setores conservadores. Os que têm algo a perder, mesmo que seja relativamente pouco, são mobilizados contra os que têm menos ainda, em defesa dos que têm muito mais do que necessitam;

4. As forças armadas e a alta burocracia estatal não são neutras. Sua origem social, seu processo de seleção, treinamento e funcionamento resultam num comportamento geneticamente conservador;

5. Na política, a indústria de cultura e comunicação equivale ao papel da indústria de armamentos para a guerra. O controle das televisões, rádios, jornais, revistas, editoras de livros, provedores e sítios eletrônicos ajuda na mobilização de hoje e forja as mentes de amanhã;

6. Não adianta pintar-se de ouro. Mesmo que a esquerda abra mão, na teoria e na prática, do socialismo e da revolução, ainda assim a direita vai enxergar intenções comunistas por trás de cada política compensatória. E agirá conforme esta visão;

7. A Europa demonstrou que não é possível a coexistência de longo prazo entre capitalismo, bem-estar social, democracia e paz. Na América Latina, os limites da social-democracia e do reformismo são ainda maiores;

8. É decisivo não confundir estratégia com tática, assim como medir a correlação de forças faz toda a diferença. Mas correlação de forças não é pretexto para a imobilidade. Correlação se altera. E se não a alteramos em nosso favor, eles a alteram em favor deles.

A “via chilena” não desembocou no socialismo. E, até hoje pelo menos, não conseguimos construir uma “via eleitoral” para sair do capitalismo.

Por outro lado, a combinação entre luta ideológica, mobilização social, auto-organização das classes trabalhadoras e disputa eleitoral produziu uma situação política inédita na América Latina e em muitos dos países da região.

E isto está ocorrendo numa situação internacional também inédita: ampla hegemonia das relações capitalistas e, por isto mesmo, uma brutal crise do capitalismo neoliberal.

Nessas condições, a América Latina pode ser não apenas território de resistência ou de um capitalismo não-neoliberal. Pode ser, também, espaço de construção de uma alternativa ao capitalismo.

Motivos de sobra para estudar e aprender com a experiência da Unidade Popular chilena.

Valter Pomar é dirigente nacional do PT e secretário executivo do Foro de São Paulo